11 junho 2011

Recomendo: C. S. Lewis - "Os quatro amores"

Caramba... essa vida de universitária me mata!!! Hahahahha
Exageros à parte, esse último mês do semestre está corrido mesmo, TUDO é para esse mês!
E como boa brasileira... fica tudo para a última hora... Mas tudo bem, a gente vai levando, e sobrevivendo.
Bom, justificativa pela ausência esclarecida, vamos ao que interessa.
No final do mês passado teve a Feira do Livro lá na facul, e eu fiz algumas aquisições...
Uma delas é o livro que estou lendo atualmente: "Os quatro amores", do incrivelmente indescritível C. S. Lewis.


Quando fiz Crisma, há uns 4 anos, tive uma aula sobre os quatro amores, e achei mega interessante. Começa com aquele "amor" que já é tão natural, que sentimos que ele é automático e obrigatório. É a Afeição. Sentimos afeição por pessoas, coisas, e afins. E o temos como obrigatório, pois todas as pessoas que gostamos têm que sentir afeição por nós, assim como sentimos por elas; se não sentem, estranhamos. É um "amor" biológico. Natural. Até intrínseco.
Depois vem a Amizade, que é mais nobre do que a Afeição, pois não é tão facilmente conquistada, não é meio que "de graça", mas há que se ter interesses em comum com outra pessoa para que esta mereça esse "amor". E quanto mais pessoas com interesses em comum num mesmo grupo, melhor, pois diferentemente de Eros, a Amizade não é feita apenas entre duas pessoas, mas cada pessoa que incorpora um grupo vêm acrescentar mais "amor", e não diminuí-lo.
Eros é o amor mais difundido na nossa cultura, aquele que algumas pessoas têm um certo desespero de encontrar. É um "amor" que ficou um tanto caricato. Sim, é o amor entre um casal. Tem-se Afeição pela pessoa que se "ama", há que se ter interesses em comum, então tem-se Amizade, pois o diálogo é necessário. Acredito que para se estar num relacionamento, você precisa ser numa medida AMIGO do outro, para se ter assuntos, para se ter diálogo, para se ter brincadeiras, para se ter intimidade. Ninguém sustenta um relacionamento sem amizade pelo companheiro.
E finalmente há a Caridade, ou Ágape (sim, o título do livro do Padre Marcelo). Este é aquele amor que é realmente doação! É o amor que sustenta todos os outros, pois sem a caridade, os demais tornam-se perigosos. É o amor que o Cara lá de cima tem por nós. Sem esperar nada em troca. Segundo o meu trecho preferido da Bíblia, I Coríntios 13, 1-13, "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver Caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver Caridade, de nada valeria! A Caridade é paciente, a Caridade é bondosa. Não tem inveja. A Caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A Caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança. Hoje vemos por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido. Por hora subsistem a fé, a esperança e a Caridade - as três. Porém, a maior delas é a Caridade.".
Este trecho da Bíblia me lembra (não só a mim) aquela música Monte Castelo, da Legião Urbana: "É só o amor! É só o amor, Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal, Não sente inveja ou se envaidece. (...) É um estar-se preso por vontade".
A Caridade sustenta os demais amores. C. S. Lewis também divide os amores em "Amor-Necessidade" e "Amor-Doação". E estamos rodeados de amor-necessidade, não sejamos hipócritas. Mas acho muito mais interessante que leiam o livro, do que eu ficar aqui descrevendo.
C. S. Lewis foi um filósofo e cristão. Portanto, a leitura de seu livro, ao menos para mim, a princípio foi complicada... muita filosofia! Mas depois de um tempo, acaba se acostumando com o estilo do autor de escrever... E é um excelente livro! Acho incrível esse estudo, pois não se trata de filosofar sobre coisas vãs, acima do alcance da humanidade, muito menos de "evangelizar" e tentar mudar as opiniões e crenças dos leitores... detesto isso! Mas, ao invés, parece um estudo psicológico e antropométrico! Nos faz refletir sobre os costumes da gente e das pessoas a nossa volta. Tenho certeza que com a leitura, você vai se encontrar em algum exemplo dele, e encontrar as pessoas que você "ama" também. Até diferenciar o tipo de "amor" que direciona a cada uma delas.
Para quem quer saber um pouquinho mais sobre a vida deste, que foi o criador d'As Crônicas de Nárnia e outros clássicos, há o filme The Shadowlands (A Terra das Sombras), que retrata a fase da vida de C. S. Lewis ao se apaixonar, ficando sem saber o que fazer, buscando o "amor" e descobrindo-o.
Embora tenha escrito sobre isso, o autor fugia do amor. Mas Joy Greshan transforma sua realidade, sua filosofia, sua forma de ver o mundo. "Como poderia ser Joy minha esposa? Eu teria que amá-la, não teria? Eu teria que gostar mais dela do que de qualquer outra pessoa no mundo. Eu teria de sofrer como um condenado com a perspectiva de perdê-la". - C. S. Lewis, em A Terra das Sombras.

Em "Os quatro amores", C. S. Lewis diz que Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto , você não deve entregá-lo á ninguém". Quem se arrisca?
 
Bom, não quero me extender muito. Mas acredito que cabe uma reflexão sobre o assunto... principalmente com o "Dia dos Namorados" próximo... E aqui cabe o costume americano do "Valentine's Day"... não é um dia para celebrar somente o amor por seu parceiro/companheiro... muito menos para se ter auto-piedade caso não tenha um "esquenta-pés"... O Valentine's Day não é o Dia de Eros. Mas o Dia do Amor. E, como vimos, vai além de Eros.
Independente se tens aquela pessoa que recebe seu Eros, neste Dia dos Namorados cultive também os demais amores.
Opinião pessoal, nunca fui de achar o Dia dos Namorados lá essas coisas... já ouvi tanta coisa a respeito... dos solteiros, que é um dia tosco, de várzea, que passa em branco, batido e esquecido, ou que passa deixando a "re"lembrança de se estar solteiro; dos comprometidos, que é mais um dia para se planejar um presente em especial, pois já não basta o Natal, o aniversário da pessoa, e o aniversário de namoro/casamento? Ainda tem mais o Dia dos Namorados para planejar um presente bacana, especial...? (Pois presente bom não é presente caro, mas aquele que carrega sentimento, carinho, cuidado! Não é à toa que tem gente - assim como eu - que adora cartas, bilhetinhos, recados, desenhos, coisas manufaturadas, artesanais, enfim.. aquele presente que tem um significado, que mesmo simples vale muito mais, emociona e é inesquecível - e o simples é beeem mais difícil de se alcançar do que o rebuscado, em qualquer coisa que seja, não somente presentes - aquele que a pessoa pensou, e fez... não simplesmente comprou e fim de papo! Hahahhahahaa... Mas gosto e "x" cada um tem o seu, certo?) =D
Enfim, pessoas... Curtam o Dia dos Namorados sem o "peso" de SER "O" Dia dos Namorados, mas um dia aleatório para se lembrar das pessoas que ama... como as ama... por que as ama... e permitir que elas saibam, de novo, que você as ama! Acredito que o amor deve ser cultivado, seja lá o tipo de "amor" que for... Relembre as pessoas do que sente por elas, à sua maneira, e carregue consigo lembranças das reações delas, algum tipo de reconhecimento, de recíproca, de surpresa, e de afeto!
Tá, tudo bem, essa é a minha opinião... a visão de uma pessoa romântica, sonhadora, meeeeeegaaaa carinhosa..... Mas não custa demonstrar, mesmo que você seja mais reservado... o retorno é recompensador! Faça o teste.

Para finalizar, deixo um vídeo da música "C. S. Lewis Song", da magnífica cantora Brooke Fraser (que adooooro!!! Também a descobri através da Sarinha, e falarei da Brooke mais adiante... mas já fica a super recomendação! Vale a pena!). Este vídeo, em questão, é com as legendas da letra da música, a qual foi inspirada na frase de C. S. Lewis: "If I find in myself a desire which no experience in this world can satisfy, the most probable explanation is that I was made for another world." (tradução livre: "Se eu encontro em mim mesmo um desejo que nenhuma experiência nesse mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para outro mundo").




Um final de semana cheio de vários tipos de amores, para (pre)encher esses corações de afeto!
Aproveite o frio master que anda fazendo, para planejar algo bem aconchegante hehehe...
Eu já tenho minha programação: almoço fora em família (Feijão de Corda?) + filminho antigo na tv (a.k.a. DVD rsrss) + edredom (olha só, não é em casal... não é com namorado... e ainda assim, com pessoas que eu AMO!!!) ^^


Até a próxima,
Beijo beijo,
Bui Spinelli

P.S.: Para ver a imagem em tamanho maior, basta clicar nela.

Créditos da foto: Divulgação (Oráculo Google)
Crédito do vídeo: Youtube

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