Devaneios de uma sexta-feira pela manhã - "Ela"

"Ela olha para o nada. Pensa na vida.

No que queria ter feito e não fez. No que fez e não devia. Nos rumos que queria que a sua vida tomasse.

Pensa nas pessoas. No que fizeram. No que não fizeram. No que não precisavam fazer. E no que deviam ter feito.

Ainda há tempo para que façam a coisa certa? Para que consertem os tropeços? Para que digam o que deve ser dito?

Ela vai entender? Aceitar? Perdoar? Ou tentar esquecer?

Quais caminhos quer seguir na vida? Quais pessoas não quer mais ver?

Quem manter?

Ausente? Presente?

Ela pensa no passado. Em como as coisas aconteceram. E em como podiam ter acontecido.

Ela pensa no presente. O que fazer para mudar as coisas? Para transformar?

Ela pensa no futuro. Será que tudo seguirá seu rumo como o planejado? Vai dar certo? Realizará seus sonhos?

O que vai acontecer com ela? Com a vida dela?

Quem pode saber?

Ela entra no vagão do trem. Distraidamente, observa o espaço à sua volta. A distribuição dos bancos, das janelas. Soa a campainha, as portas se fecham.

Pela janela, passam os muros, os carros, as árvores. Passam outros trens.

Passam as pessoas.

Ela viaja em seus pensamentos, enquanto ouve músicas introspectivas, que caem muito bem com aquele momento.

E ele? Sim, ela se lembra dele. De novo. Onde estará, agora?

O que estará pensando?

E ele? Saberá fazer a coisa certa? Como ela vai reagir?

Ele nem imagina o que ela está sentindo. Na verdade, nem ela sabe o que está sentindo.

Naquele momento, melancolia, talvez. Mas não necessariamente tristeza.

Pensamentos mil. Certa vontade de chorar.

Soa a campainha. A estação seguinte é anunciada. Ela desce. E toma o seu caminho - daquele dia."

Texto de minha autoria, num dos milhares momentos loucos que tenho, daqueles "eu, eu mesma e...".

Até a próxima,

Beijo beijo,

Bui Spinelli

P.S.: Para ver as imagens em tamanho maior, basta clicar nelas.

Créditos das fotos: Todas Divulgação (Oráculo Google)
Créditos das montagens: Mon coeur en flammes