Dia desses acordei diversas vezes por estar com o pé gelado, com frio, ou simplesmente abrir os olhos DURANTE um espirro... e foram vários.
Daí, levantar tarde, num típico dia paulistano, cinza, com garoa e frio, talvez tenha me deixado chatinha. Talvez mensagens inesperadas, que trazem à tona algumas lembranças, ou a percepção de que alguns fatos não dependem da gente para acontecer ou serem transformados. Talvez algumas preocupações, que de nada servem. Talvez pensamentos demais. Ou talvez seja aquela sensação de que o ano está acabando e... o que eu fiz? O que eu queria ter feito? Cheguei lá?
E, depois de acordar meio que forçada (já que a preguiça me deixaria deitada até depois das 13hrs) com uma ligação, banho tomado - e a água escaldante de uns dias ferventes atrás é agora moooooorna como meu humor daquela manhã - e "café da manhã" tomado... 'o que vou fazer?' Coragem para nada, 'ah, vou me distrair um pouco na internet'... E lá fui eu.
As experiências de outras pessoas são muito importantes, ler sobre elas e ver pela ótica de outro ser humano, que pensa diferente de mim, que tem atitudes que eu não teria (por princípios ou covardia, depende do caso), que tem crenças diferentes das minhas, enfim... que vive outra realidade, outra vida, que não a minha, me fez pensar um pouquinho e ter uns insights próprios... coisas que, se eu passasse o dia lendo um romance ou assitindo um seriado qualquer, jamais passariam pela minha cabeça - naquela manhã, sem graça.
Pois muito que bem... o final do ano logo ali, e aqueles sentimentos de melancoliazinha, por que sei que jamais viverei 2011 de novo, por que acabou, por que algumas coisas que eu vivi esse ano já passaram, já foi e... Mas peraí!!!!! Quem foi que disse que eu deveria querer viver o ano "X" de novo?
Acho que a sensação de leve tristeza que bate quando um ano acaba vem desse tipo de pensamento que enraizam em nossa cabeça sem que tenhamos controle disso... 2011 vai deixar saudades? Nem sei, acho que não... fazer o tal "balanço do ano" te faz repensar no que foi vivido, no que poderia ter sido vivido, no que você gostaria de ter evitado, e por aí vai.
E o meu balanço do ano me mostra que as lembranças serão muitas, os momentos especiais existiram, e esses sim serão levados... Mas o ano em sí, viver de novo? Quero não, e ainda bem... pois jamais vou poder reviver esse ou qualquer outro ano... Quero mais é fazer planos para 2012, 2013, ... e, talvez, quando concluir os que já tenho em mente, tentar não fazer planos, e ver no que dá...
No dia anterior, havia assistido "Meia-noite em Paris", e senti que a mensagem geral do filme é que muitas pessoas não se encaixam e não estão satisfeitas na época que vivem, e disso vem a "ilusão" de que épocas passadas seriam melhores, até perfeitas... Eu mesma tenho, muitas vezes, a sensação de que nasci na época errada... talvez eras passadas teriam sido melhores para mim... Mas, também, pode ser que, nascendo em outra época, de lá eu teria a vontade de ter vivido em um outra, ainda mais antiga, e assim segue... sempre insatisfação e cia!
De que adianta? Não vou viver no passado! Já passou... e nisso me refiro ao passado distante e ao próximo também... 2011 praticamente acabou, e não vai voltar... o importante agora é olhar para frente...
É claro que não vou deixar de me inspirar nos saldos positivos do passado, próximo e distante, não vou meeeesmo deixar de me inspirar nas eras antigas... Mas sou daquela geração que veio ao mundo no final do século XX, que cresceu rodeada de uma cultura diferente da dos meus pais, e ainda mais da dos meus avós. Uma geração que foi/é adolescente no século XXI, da correria, das inovações tecnológicas, da vida virtualizada, dos registros fotográficos, das impressões imagéticas, de caracteres que expressam sentimentos, de compartilhamentos e curtições, de links e mais links e mais links...
Não reclamo, faço parte disso...
Mas há que se frear um pouco esse avanço da vida cibernética... pois a vida orgânica vai ficando para segundo plano, deixando de ser o protagonista da cena para ser apenas um suporte que mantém o virtual.
É por isso que, para 2012 e para os próximos anos, eu espero mais sinceridade, mais calma e paciência, mais vida viva, e não encenada para padrões de redes sociais. Mais conversas, menos caracteres; mais sorrisos e olhares, menos webcams; mais abraços, menos "curtirs"; mais pele, menos monitores; mais amor, menos internet; mais vida, e fim de papo.
Como bem disse um amigo de uma amiga minha, nossa existência está cada vez mais impessoal. Não basta irmos, temos que fotografar para provar que estivemos lá; não basta falar, tem que digitar e publicar para que todos saibam; não basta amar, tem que mudar o status do relacionamento; não basta assistir, tem que filmar e postar na internet; e não basta tornar a sua vida um personagem virtual, tem que ter seguidores, quem veja, compartilhe, curta, comente e exalte seu brinquedinho cibernético que você chama de "eu", que você acredita ser sua "vida".
Neste ano eu vi gente feliz, gente triste. Vi gente chorar de tristeza, de saudade, de desespero, de emoção. Vi gente extressada, cansada, fatigada. Vi gente se exaltando, vi gente capengando. Vi gente levando um baque da vida. Vi gente acordando. Vi gente ressurgindo das cinzas, passando por cima, superando. Vi gente se desapegando, abandonando. Vi gente crescendo, aprendendo, evoluindo. Vi novos rumos sendo tomados, escolhas sendo feitas, tarefas sendo cumpridas. E participei de todas essas vivências com toda essa "gente". As experiências fizeram deste um ano verdadeiramente intenso.
E agora o ciclo recomeça. RENOVAR é a palava-chave. Não é 2012 que tem que ser diferente; é você!
Sonhos renovados, planos anotados, metas a cumprir... que venha o melhor do melhor, que aconteça o que tiver que acontecer, que o necessário se mantenha firme e sempre presente, e que o resto seja simplesmente consequência!!!
Mais alguns dias, e fim.
E início.Mais alguns dias, e fim.
Até a próxima,
Beijo beijo
Beijo beijo
Bui Spinelli
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Créditos das imagens: Todas Divulgação (Oráculo Google)