09 julho 2012

Recomendo: O Mestre das Iluminuras



Sabe aquelas experiências pelas quais você passa que te tiram da sua zona de confoto? Pois bem, esse livro é de uma realidade tamanha que mexe mesmo com o leitor.
Brenda Rickman Vantrease escreve com fidelidade aos costumes medievais, descrevendo passagens que me impressionaram e deixaram boquiaberta, pela brutalidade animalesca dos homens do século XIV.
O romance “O Mestre das Iluminuras” se passa na Inglaterra feudal, e conta a história do mestre Finn, viúvo e pai da doce e encantadora Rose, que vai com ela passar uns tempos sob a hospitalidade de Lady Kathryn, viúva de Sir Roderick, e mãe dos gêmeos Alfred (um cavaleiro forte e destemido) e Colin (educado, inocente e religioso).
Finn se muda para a propriedade de Blackingham a pedido da Igreja, e sob proteção desta, pois está realizando trabalhos de iluminuras para o Evangelho. Mas, “por baixo dos panos”, ele trabalha secretamente pintando uma tradução do Evangelho de São João para o Inglês, a pedido de John Wycliff, considerado pela Igreja um herege por disseminar as Sagradas Escrituras em outro idioma que não o latim.
Misturando personagens fictícios com personalidades históricas, a autora dá vida a esta trama que envolve amor, traição, arte, religião e política (monarquia) para o povo camponês, o da nobreza, e o do clero, numa história realmente envolvente.
Demorei para ler o livro, achei um pouquinho extenso e complicado no início, quando o leitor tem que se ambientar com os vários cargos da Igreja. Temos bispos, arcebispos, abades, papas...
Mas depois disso o livro se desenrola, e eu recomendo.
As pessoas eram grosseiras na época, e a autora não esconde isso, mas o faz de uma maneira sutil, onde muitas vezes algo asqueroso fica subentendido, não precisa explicar com todas as letras.
E em outros momentos fica clara a maneira polida das pessoas comportarem-se, o que para mim é o grande ganho dessas histórias antigas, onde há muita cortesia, até para criticar e ser grosseira, as pessoas eram delicadas e sutis.
Vemos-nos num filme, imaginando todas as cenas com clareza, e ainda assim as descrições não são cansativas.
O livro foi bem mais do que eu esperava. Me surpreendi positivamente. E recomendo.
Ei, Hollywood, pode rodar, que a gente vai para a estréia viu!

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